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Stricto Sensu

Planejamento Ambiental
Planej. Territorial e Desenv. Social (Doutorado)
Planej. Territorial e Desenv. Social (Mestrado)
Políticas Sociais e Cidadania

Processo Seletivo:

O Programa

 

Histórico

A Universidade Católica do Salvador é uma instituição comunitária que estimula continuadamente a sua vocação de priorizar os investimentos de seus esforços científicos na área social. O Programa de Pós-graduação em Família na Sociedade Contemporânea, através dos seus cursos de Mestrado e Doutorado, integra um conjunto de ações acadêmico/científicas da UCSal que, como instituição educacional mantida sem fins lucrativos, elege suas áreas de conhecimento a partir da sensibilidade que historicamente tem orientado a sua inserção na Comunidade da Bahia e do Nordeste.

A temática da família é desenvolvida na instituição desde 1989, com o Curso de Especialização em Terapia de Família, promovido pelo convênio COFAM/UCSal. Além disso, com o intuito de incentivar a produção científica sobre a família em uma perspectiva multidisciplinar, a UCSal organizou o curso de especialização em Ciências da Família, contando com a colaboração de professores visitantes, pesquisadores do panorama internacional, pesquisadores de instituições consolidadas, como a Universidade Federal da Bahia - UFBA, a Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC e a Universidade de Lateranense de Roma (Itália).

Esta trajetória em cursos de pós-graduação levou a UCSal a organizar e implementar, em março de 2002, o Programa de Pós-Graduação em Família na Sociedade Contemporânea, que, em 2004, aprovou junto à CAPES o mestrado em Família na Sociedade Contemporânea, pioneiro no Brasil na área. Dois anos depois o lançamento do mestrado, a CAPES aprovou o Doutorado em Família na Sociedade Contemporânea, que foi recomendado com nota 4 pela comissão de especialistas da CAPES. Após a avaliação do triênio que se encerrou em 2009, a CAPES recomendou os cursos doPrograma com nota 5.

Os resultados desse processo de consolidação do Programa vêm sendo apresentados em eventos científicos promovidos pela UCSal, bem como por outras instituições de pesquisa no âmbito local, regional, nacional e internacional. Estes eventos foram seguidos de publicações em revistas locais e internacionais, assim como de livros. Do ponto de vista regional, o Programa já apresenta resultados positivos: várias dissertações abordam temas próprios da realidade socioeconômica familiar do Recôncavo, investigam a problemática que assola a família como a violência doméstica, considerando variáveis regionais. 

O Programa conta com pesquisadores dotados de Currículos adequados para orientar pesquisas avançadas em Família, o que garante troca interna de metodologias, conceitos, autores, redes de pesquisa, enriquecendo e dinamizando a UCSal como o único centro de pesquisa do país a dedicar seus esforços científicos ao estudo sistemático em família.

 

Objetivos
• Formar pesquisadores capazes de construir conhecimento interdisciplinar acerca do objeto família, aptos a exercerem atividades acadêmicas e de subsídio a políticas públicas de alcance familiar. Caracteriza-se por ser: a) multidisciplinar, dado a exigência do tema; b) centrado na pesquisa e apoiado num ambiente acadêmico orientado apenas por princípios da cultura científica; c) exigente quanto ao patamar de desempenho científico materializado na produção científica e na qualidade dos membros.

• Desenvolver ensino e pesquisa, gerando conhecimento de natureza multidisciplinar, centrado na investigação da família em mudança, buscando sua compreensão na realidade sociocultural brasileira imersa no contexto global.

• Desenvolver investigação acerca da família, objeto complexo e relevante, favorecendo o debate científico-acadêmico multidisciplinar;

• Formar pesquisadores atentos à problemática familiar;

• Produzir investigações teórico-empíricas acerca da família a partir de distintos referenciais epistêmicos;

• Analisar as transformações e as mudanças de estrutura, de configurações e dinâmicas da realidade familiar;

• Identificar razões e elementos que contribuem para a manutenção da família como unidade social nos diversos contextos históricos;

• Fortalecer grupos de pesquisa e produção científica, de forma articulada com a graduação.

 

Justificativa

A família é tradicionalmente objeto de saberes disciplinares, notadamente da Antropologia, da Sociologia, do Direito, da Psicologia - cada ciência humana e social tendo construído seus próprios conceitos, elaborado suas próprias problemáticas. Neste sentido, a história da Antropologia esteve desde sempre ligada aos estudos de família/parentesco. Antes de se interessarem pela família como objeto de análise, os antropólogos e etnólogos, durante algumas décadas, se dedicaram à análise da função e da configuração do parentesco nas sociedades ditas primitivas. Mais tarde, com a emergência do interesse de antropólogos pelas sociedades complexas, os estudos do parentesco se estenderam ao tema do campesinato, objeto clássico da antropologia das sociedades contemporâneas. Nesses trabalhos, a análise do sistema de parentesco torna-se o principal recurso para a compreensão da dinâmica de existência e de reprodução do grupo doméstico ou da família campesina. Um outro conjunto de trabalhos no campo da antropologia contemporânea se dedica ao estudo das diversas formas de organização familiar e doméstica. Importantes pesquisas, envolvendo a temática da família, se interessam ainda por diferentes elementos que interferem na dinâmica familiar (políticas públicas, novas tecnologias, vivências afetivo-sexuais, controle da natalidade, papel do Estado, nova forma de lidar com a fecundidade) ou criam uma dinâmica para o que se quer como família (famílias substitutas, parcerias homoafetivas, adoção, famílias recompostas).

A Sociologia da Família foi uma das primeiras sociologias especializadas. Na atualidade, ela está subdividida em dois focos principais: o estudo da família conjugal ou nuclear – objeto histórico da sociologia da família e o estudo das relações de parentesco – expressão utilizada para designar relações que se estabelecem entre parentes fora da unidade nuclear, ou seja, entre parentes não co-habitantes. Um ponto comum aproxima estas pesquisas contemporâneas do domínio familiar: a crescente atenção ao processo mais do que ao que lhe resulta. Tal procedimento é possível graças ao uso de técnicas qualitativas de investigação.

Não foi senão recentemente que a família tornou-se objeto de estudo no domínio da Educação. Nos anos 60-70, a realidade familiar, enquanto configuração complexa de relações de filiação e de afiliação, ainda não era de interesse dos educadores. As pesquisas sobre os processos educativos no seio das famílias apenas começaram a ser desenvolvidas a partir dos anos 80. A noção de “educação familiar” foi proposta para designar um novo campo de pesquisa, interessado na análise do funcionamento familiar em sua relação com a educação e na investigação da formação dos pais e suas tarefas educativas.

O Direito da família vem se contrapor a um pluralismo de práticas e à complexidade crescente das relações familiais que põem em causa as categorias jurídicas tradicionais. Os juristas tiveram, com efeito, de levar em consideração o número crescente de divórcios, reduzir as injustiças decorrentes da diferenciação entre crianças legítimas e naturais, romper com o opróbrio que estigmatizava a criança nascida de um adultério. Importantes discussões têm sido travadas no Direito da família à luz das próprias transformações por que passa a sociedade. Assim, quando o tema é novas tecnologias de procriação (bebês de proveta, congelamento de esperma), problemas éticos, sócio-antropológicos e jurídicos estão fortemente associados.

Para a Psicologia, a família é o eixo de organização do espaço social dos indivíduos. As relações familiares, como primeiro espaço das vivências eu-outro, eu-mundo, são responsáveis pela constituição da pessoa, pela inserção desta na vida da comunidade e da cultura. A família, biológica ou substituta, na sua condição dinâmica e processual, possibilita a formação da personalidade, de situações e acontecimentos que coordenados influenciam como fatores de risco e proteção nas subjetividades em construção. A família existe enquanto um contexto e enquanto uma realidade psíquica.

No contexto da Teologia, a reflexão acerca da família procura estreitar vínculos com as Ciências Humanas no esforço de compreensão de problemas como a maternidade, a paternidade, a filiação, a esponsalidade, a partir do conceito de pessoa, pelo qual se enfatiza a dignidade e a liberdade do ser humano. O discurso teológico centra-se no dom e na comunhão que o homem é capaz de realizar, efetivando um movimento que fortalece as pessoas que constroem reciprocamente suas identidades na relação com a transcendência. Enraizada na tradição erigida pelo pensamento cristão, a teologia problematiza os valores mediante os quais o indivíduo rompe com os seus contornos de isolamento e busca na alteridade o sentido da existência, que se concretiza na partilha de uma experiência comum da vida. O fato histórico que fomenta a abertura da teologia para um diálogo profícuo com as Ciências Humanas é o Concílio Vaticano II. Ele se torna um ponto de apoio para que a teologia torne-se um elemento gerador das condições para o diálogo entre fé e razão. A questão matricial que ganha corpo neste diálogo se constrói em torno da semântica pertinente à teologia para tratar dos problemas relativos à intimidade das relações humanas, e a precisão conceitual mediante a qual os enunciados das Ciências Humanas são propostos. Num plano internacional, esse diálogo se materializa através das múltiplas investigações promovidas pelos Centros de Estudos da Família instituídos para esse fim, no seio de Universidades tradicionais como a Universidade de Latrão, de Washington, de Melborn, dentre outras.


Nesse movimento que entabula o debate acerca da família, os estudos acerca da linguagem, suas funções, seus modos de utilização se tornam ferramentas indispensáveis para o entendimento desse sistema de comunicação entre os homens, privilegiando o espaço familiar como um dos mais pertinentes a atribuição de sentido. Os estudos sobre a linguagem permitem analisar os modos de enunciação construídos no interior da família, bem como analisar com cuidado redobrado os discursos que sobre ela proliferam. Assim, a indagação que dirige esse esforço centra-se nas condições semânticas e sintáticas mediante as quais a família promove a enunciação, bem como na análise das condições sócio-histórico-político-ideológico dos discursos sobre a família.

A família também é investigada na área que envolve disciplinas do campo da Saúde. A família vivencia com freqüência processos de saúde-doença, principalmente no momento em que seus membros adquirem patologias que os debilitam, exigindo rotinas de cuidados necessários aos portadores de doença. A compreensão do processo saúde-doença-cuidado articula a família aos serviços de saúde, ao sistema de saúde e às políticas públicas. A partir de meados da década de noventa, foi implantado no país o Programa de Saúde da Família, uma estratégia que compreende a família como uma unidade de trabalho para o serviço de saúde. Este Programa a concebe como elemento ativo no processo saúde-doença-cuidado na medida em que prioriza a promoção e a prevenção à saúde. Essa estratégia busca considerar, entre seus objetivos, a democratização do acesso aos dispositivos governamentais de saúde.

Assim, o tema da família interpela ao diálogo interdisciplinar várias ciências humanas que enriquecem, no movimento de câmbio de saberes, teorias, metodologias e técnicas, a compreensão do objeto privilegiado desse Programa de Pós-Graduação em Família na Sociedade Contemporânea.

 

Área de Concentração - Família em Mudança

O Programa tem como objeto a família em mudança, considerada sob um duplo aspecto: de um lado, tendo em conta o impacto das intensas e aceleradas mudanças sociais e culturais contemporâneas sobre a família, produzindo novas configurações internas, novos formatos e novos valores; de outro lado, tendo em vista o efeito das estruturas e formatos familiares sobre a sociedade (educação e socialização), com atenção especial ao contexto social e econômico, bem como considerando o modo como Estado e sociedade respondem (ou não) com políticas às novas e velhas necessidades da família.

 

Linhas de Pesquisa

Contextos Familiares e Subjetividade: abriga as investigações que abordam as configurações internas que a família assume face às transformações da sociedade, bem como as implicações desta ordem familiar na constituição da subjetividade.

Família nas Ciências Sociais: abriga investigações acerca da interface entre família e sociedade, tanto no que respeita aos impactos das mudanças sociais que incidem nas relações/configurações familiares, quanto no que se refere ao lugar da família, suas formas e suas necessidades na estrutura social.

Aspectos Jurídicos da Família: abriga as pesquisas que abordam as normatividades das relações entre os membros da família, a proteção jurídica da família e o papel que a sociedade e o Estado podem assumir em face das relações familiares, inclusive no que se refere às políticas públicas pertinentes.

 

Projetos de Pesquisa

 

• Linha de Pesquisa: Contextos Familiares e Subjetividade

 

Álbum de Família

Responsável: Elaine Pedreira Rabinovich

 

Os herdeiros do Barão de Hirsch: a colônia Philippson

Responsável: Elaine Pedreira Rabinovich

 

Ser mãe/pai é para a vida inteira? Significados de maternidade/paternidade em narrativas de mães e pais de diferentes classes sociais, ao longo do curso de vida da família.

Responsável: Ana Cecília Bastos


Conjugalidade, autonomia e pertencimento em três gerações de famílias baianas

Responsável: Miriã Alcântara

 

Construção cultural da parentalidade
Responsável: Ana Cecília Bastos

 

Subjetivação e/ou sujeição: o que a família promove em seus membros na obra de Foucault?

Responsável: José Euclimar Xavier de Menezes

 

Concepções de pais e suas crianças sobre a paternidade contemporânea

Responsável: Lúcia Vaz de Campos Moreira

 

 

• Linha de Pesquisa: Família nas Ciências Sociais

 

Relação entre a vida cotidiana e o sistema cultural e político

Responsável: Giancarlo Petrini

 

Meninas em Gangues em Brasília

Responsável: Mary Castro

 

Perfil dos participantes da Mostra Jovem-Projovem

Responsável: Mary Castro

 

Debates sobre identidades e politicas, com ênfase em gênero, geração, raça e sexualidade

Responsável: Mary Castro

 

Jovens em comunidades com UPPs, Rio de Janeiro

Responsável: Mary Castro

 

Articulação, educação e trabalho

Responsável: Mary Garcia Castro

 

Pobreza e desigualdades, políticas e cidadania. Geração de conhecimento sobre pobreza e desigualdades e sua relação com a dinâmica demográfica

Responsável: Maria Cristina Gomes

 

Triângulo atlântico: Memórias, territórios e famílias (África, Brasil e Portugal)

Responsável: Vanessa Ribeiro Simon Cavalcanti



• Linha de Pesquisa: Aspectos Jurídicos da Família

Trabalho e família

Responsável: Edilton Meireles

 

 

Origem e legitimação social das normas de Direito de Família

Coordenado pelo Prof. Dr. Camilo Colani.

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Tel: 71 3203 8998

Endereço​​​​​​: Av. Cardeal da Silva, 205 – Bairro: Federação, Salvador, Bahia, Brasil

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